CRÔNICA

Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia.

          Ta aí uma expressão que eu nunca compreendi. Posso até dizer que entendo o seu significado, apesar de na minha concepção ir totalmente contra a mensagem que deseja passar. Utilizando mais um chavão, não vai direto ao ponto, não encaçapa a ideia na cabeça. Relembrando alguns ditados/expressões, a maioria faz sentido, mais vale um passáro na mão do que 2 voando deixa claro o que quer dizer.
         Outras beiram o absurdo, o surrealismo que só Salvador Dalí entenderia, porque eu não entendo nem que a vaca tussa e dê 10 pulos. Algumas soam engraçado, parecem um episódio escrito por Roberto Bolaños, o eterno Chaves. Só ele pra dizer cor de burro quando foge. Ele e muitas outras pessoas que perderam a essência do real significado da expressão e quando me assusto na fazenda, corro de burro quando foge. As mais ditas que até quem não sabe ler já sabe, quem não tem cão, caça com gato. Também perdida no tempo. A falta de um O a direita muda completamente o sentido e quem não pode, caça como gato. Tem muita gente que diz e não compreende, vaia Roma sem saber. Você já deve ter vaiado e nunca soube, pois quem tem boca, vaia Roma e não vai até lá.
         A maioria das expressões nos fazem refletir, se o ataque é a melhor defesa, seria a defesa o melhor ataque? Tem outras que confundem as coisas, dizem que uma coisa é outra que não é. Promessa é promessa. Dívida é dívida, oras. Falando em dívida, me lembrou fiado, mas fiado só amanhã. Continuando, a verdade é que muitos desses ditados nos deixam em dúvida, afinal por que raios mentira tem pernas curtas? Tenta pegar uma criança correndo pra ver se você consegue. Nem o Pernalonga aguentaria o tranco, iria precisar de umas 10 cenouras e pedir um pouco de espinafre pro Popeye.
        Essa overdose de busca por ditados populares me fez perder o foco, ou como seria mesmo? Perder o fio da meada? Se for, perdi e está na hora de finalizar o pensamento inicial, afinal se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. O entendimento inicial que todos tem é de que o conselho não é bom, pois como o próprio ditado diz, se fosse bom, ninguém dava, vendia. Resumindo o seu conselheiro seria o capetinha da história, enquanto o anjinho tá preocupado fazendo o orçamento de quanto vai custar pelo melhor conselho para eliminar o diabinho. Quanto mais caro mais credibilidade o conselho, e assim caminha a humanidade, cada macaco no seu galho, cada um procurando sua teta pra mamar e implorando por uma gota de leite, com gotas de lágrimas, afinal, quem não chora, não mama. Capiche?
        Se não capichou, não se preocupa tá? Quem ri por último ri melhor.


Autor: Ivan Rossi Barrancos